Você sabia que o ambiente do quarto influencia, e muito, na sua qualidade do sono?

"O ambiente em que dormimos deve ser projetado para minimizar estímulos que possam interferir nos ciclos de sono, especialmente durante as fases de sono profundo e REM (Rapid Eye Movement), que são cruciais para a recuperação física e mental", afirma a arquiteta Isadora Magdalena,

Isadora indica quais pontos são importantes para esse ambiente saudável:

  • ILUMINAÇÃO:

Phyllis Zee, Professora de Neurologia e chefe da Divisão de Medicina do Sono da Feinberg School of Medicine (Northwestern University, Chicago), diz que a luz é nosso sincronizador de tempo: “Ela acelera ou desacelera nosso ritmo.” Isso acontece porque o estímulo luminoso é captado nossos olhos que envia ao cérebro a informação de que está claro, portanto, devemos estar despertos. Acontece que nosso sistema não diferencia bem a luz natural da artificial, então é como se para nosso corpo, quase sempre fosse dia – fato que, entre outras coisas, interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. Por isso, é crucial que o design do ambiente de dormir inclua soluções para minimizar a exposição à luz. Ao anoitecer é recomendável que as luzes da casa em geral, não apenas do quarto, sejam de pouca intensidade e em tons quentes (temperatura de cor menor que 4000 K). Reserve as luzes intensas e frias (temperatura de cor maior que 4000 K) apenas para áreas e horários de trabalho, e lance mão de pequenas luminárias e abajures nos cômodos de estar, como salas e áreas de sono e descanso. Hoje, temos, ainda, a facilidade de acesso a lâmpadas inteligentes que adaptam a temperatura de cor e intensidade da luz facilmente por meio de controle nos smartphones ou assistentes de voz. Se tiver que priorizar onde instalar uma dessas, o quarto é a primeira opção.

  • QUALIDADE DO AR:

O acúmulo de CO2 e a presença de poluentes internos, como poeira e compostos orgânicos voláteis (VOCs), podem causar desconforto e interromper o sono. É importante se atentar à escolha de tintas e MDFs quanto à emissão dos VOCs - optar por materiais naturais e com certificação de baixa emissão pode melhorar significativamente a qualidade do ar no ambiente de dormir. Quando possível, adotar purificadores de ar com filtros de Alta Eficiência na Retenção de Partículas (HEPA) também é recomendável.

  • ERGONOMIA E CONFORTO:

Uma cama ergonômica, com um colchão de qualidade e travesseiros adequados, é essencial para o alinhamento da coluna vertebral e para evitar dores que possam interromper o sono. Em relação aos colchões, é importante buscar certificações que garantam a qualidade das molas e espumas para além das exigências mínimas do InMetro – independentemente da preferência por uma sustentação superficial mais macia ou mais resistente, internamente eles devem seguir parâmetros que atendam adequadamente as necessidades físicas do usuário, garantindo, assim, durabilidade, conforto e saúde. Além disso, materiais que proporcionem conforto térmico e tátil, como o algodão, podem contribuir para uma experiência de sono mais agradável.

Isadora Magdalena é arquiteta formada pela Unicamp e com estudos na University of Groningen e na Universidade de Artes de Utrecht, ambas Holandesas, onde aprofundou seus conhecimentos em Design de Experiência.

Atualmente, Isadora é consultora na No Ponto Marcas, ajudando os clientes a criarem experiências memoráveis e impactantes para se conectarem ao seu público, além de arquiteta parceira do INER, Instituto Nacional de Estudos do Repouso.

A arquiteta será a palestrante do tema "A arquitetura como aliada ao sono de qualidade", na Conferência Multidisciplinar da Saúde do Sono, da Sleep Well Expo, no dia 11 de outubro,

Confira a programação completa da Conferência Multidisciplinar da Saúde do Sono. Clique aqui.